terça-feira, 3 de março de 2009

Naturalmente Infinito

Inspiro o Oxigênio
Idéias e aspirações antigas são oxidadas
Novos ideais enchem meus pulmões e
Circulam em meus capilares
Renovo-me da última unha do pé
ao primeiro fio da cabeça
Já sou outro
Experimento do tempo e do espaço
quando permito o ar
passo após passo
.
Paro.
O rio que passa por debaixo de mim
também é outro, novo
Águas, minerais, seres
Desviados pelo meus pés
Te surpreende, bonita, a infinitude do rio
e a efêmeridade da vida?
Vida sempre viva
Muda, sempre muda
.
Se hoje somos um, amanhã já somos outros
seremos mais se construirmos
e menos se destruirmos mais.
A crescida árvore me dá aquilo
que necessito para purificar
e me transformar, mas também
tira de mim
o que ela tanto precisa para se
tornar vigorosa assim.
Minha saúde fere,mas não mata minha doença
Se me torno saudável só
adio o inevitável,
não evito este dia
.
Respiro o gás
cheio de pensamentos carbonizados
É quando a correria se acalma
e o corpo se alivia
das tensões e pretensões
conflitos e certezas
dos longos e longos dias
.
A destruição é instrumento
de construção do novo.
É o inexorável fomento
para a criação, o nascimento
Ganho somente quando aprendo
que é perdendo que aumento
.
A magia da idéia recém-nacida
e o cheiro de coisa nova
guardam relação com
o abandono de uma antiga opinião
e com as calças que separo para doação.
Dito popular tem lá o seu valor
"é dando que se recebe"
Assim dizia lá o falecido avô.
.
A morte leva apenas o que a natureza deu
deixando para a posteridade tudo que foi feito
com este divino presente
Educar e servir a coletividade
engrandecem a obra
do frágil artista chamado homem.
.
O ciclo se completa
entretanto nunca se encerra
O calor fazendo a chuva que enche o rio
A carne virando adubo para uma nova vida
O gerúndio movimentando a roda
Eis a beleza do paradoxo da vida:
aprender a perder é imprescindível
para quem almeja ganhar


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Parabéns pela obra, Seu Mário.
A educação é uma arte da qual o senhor foi mestre.
Descanse em paz.


Be Abreu.

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