sexta-feira, 8 de abril de 2011

Enquanto isso na Nintendo...


"A verdade pura e simples é raramente pura e nunca simples."
Oscar Wilde


quinta-feira, 10 de março de 2011

Máscara Negra


"Tanto riso! Oh! quanta alegria!
Mais de mil palhaços no salão.
Arlequim está chorando
Pelo amor da Colombina
No meio da multidão.

Foi bom te ver outra vez,
Está fazendo um ano,
Foi no carnaval que passou.
Eu sou aquele Pierrô
Que te abraçou e te beijou meu amor.
Na mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade.
Vou beijar-te agora,
Não me leve a mal:
Hoje é carnaval."

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ontem e Hoje.


Eram mais do que simples pensamentos. Daquela vez estava disposto a levar a diante cada resolução, cada meta definida. Ser aquilo que deseja ser não poderia ser difícil... Eu controlo o que entra pela minha boca, logo sou o único responsável pelo excesso de peso; eu controlo aquilo que sai, então sou o único responsável pelos mal-entendidos...

De todas as coisas que eu sei sobre o mistério, uma delas é que ele fascina mesmo confundindo. O silêncio e a retirada, quando oportunos, operam verdadeiros milagres nas mentes despreparadas que tentam decifrar a razão do não-ato ou do não-movimento. Oportunidade é o critério, sob pena de, a contrario sensu, ser considerado um banana.


"Nem todo entusiasmo é revolucionário, assim como nem toda calma é conservadora". Saber a hora de se expressar e agir é essencial para atingir a aceitação e legitimidade dos outros. Não que uma opinião individual e isolada mereça sua atenção, mas arrebanhar a maioria dos presentes lhe confere a razão que legitima o discurso.


Como pessoa humana, posso e devo alterar minhas opiniões constantemente. Como operador do direito, quero e vou tentar convecê-los da lógica e verossimilhança dos meus argumentos. Os objetivos não-atingidos formam uma espécie de livro onde anoto cada falha, cada arranhão, para que, num futuro próximo, isso evite a minha cara de babaca e o pensamentoo: "-PQP! Eu fiz isso de novo?!"


Chega de bobagem. Vou para o Fórum.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pirate's Cuba Libre

Véi, posso dizer com propriedade que cai bem levinha numa quinta, levando em consideração que ontem teve futebol na TV e você encheu o pote de cerveja e que amanhã ainda é sexta...

E agora muita atenção para a complexa receita de preparo da Cuba Libre, guardada cuidadosamente pelos piratas da região do Caribe, que tiveram visão empreendedora e decidiram que deveria haver um diferencial naquela bebida tão venerada pela categoria!



Ingredientes:
1 dose de Rum
1 copo de Refrigerante sabor cola (COCA-COLA ou PEPSI TWIST)
1/2 unidade de limão em rodelas (opcional)
2 pedras de gelo

Modo de Preparo:
Misture Tudo num copo.
Sem Bater, pelamordedeus.
Get Brave and Enjoy!






*Lembrando que Cuba Libre com Vodka não é Cuba Libre, é Coca com Vodka, morô...
Remember: Responsibility is something only tomorrow knows, so go loco before the sunrise

segunda-feira, 17 de maio de 2010

[Recomendo] Macaco Bong


Som instrumental pra você soa som monótono, chato e cansativo? Pois é, pra mim também. E diria que ainda soa, mas agora tenho uma ótima ressalva. Macaco Bong. Tive contato com o som da banda independente de Cuiabá em 2008 no Humaitá Pra Peixe e confesso que naquele momento não dei a merecida importância ao que ouvi. A música tem dessas coisas né, se não estamos preparados para algo novo isto simplesmente vai entrar por um ouvido e sair tão rápido como entrou pelo outro. Mas quando o momento é oportuno, as vibrações tocam a alma e nos desenham incríveis paisagens sonoras. Macaco Bong é puro isso tudo, hoje digo com convicção.

O Macaco Bong nasceu em Cuiabá (MT) no ano de 2004 como um quarteto de rock instrumental. Logo no ano de 2005, a banda se tronou um power trio, permanecendo com a proposta de rock instrumental com conteúdo musical. Baseado na desconstrução dos arranjos da música popular seus formatos convencionais e aliada à linguagem das harmonias tradicionais
da música brasileira com jazz/fusion/pop, o Macaco Bong busca nunca se encaixar em rótulos musicais em suas composições, tanto na estética quanto no conteúdo do rock n' roll.

No som do trio, há de sobra o que já se encontra em extinção no rock brasileiro: Emoção. Aqueles acordes solados, tambores orgânicos, melodias quebradas e viradas marcantes dispensam com mérito qualquer voz. Quem ousar pensar diferente pode conferir o novo álbum da banda "Artista Igual Pedreiro", disponível para download gratuito (e legal) no Álbum Virtual da Trama.


Grata surpresa (re)descobrir o som dos caras. Fui ao Circo Voador assistir ao show do Black Drawing Chalks (já recomendado por estas bandas), dentro da programação do Festival Fora do Eixo, e saí de lá mais do que satisfeito. A vida tem dessas coisas, né. Chamam isso de serendipity ou Serendipidade, que, segunda a saudosa e digna de desconfiança, Wikipedia é descrito como "um neologismo que se refere às descobertas afortunadas feitas, aparentemente, por acaso."

Diz ainda que "a história da ciência está repleta de casos que podem ser classificados como serendipismo. O conceito original de serendipismo foi muito usado, em sua origem. Nos dias de hoje, é considerado como uma forma especial de criatividade, ou uma das muitas técnicas de desenvolvimento do potencial criativo de uma pessoa adulta, que alia perseverança, inteligência e senso de observação."

Live and learn. Recado dado. See ya.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Curte Alanis?


"An old man turned ninety-eight
He won the lottery and died the next day
It's a black fly in your Chardonnay
It's a death row pardon two minutes too late
Isn't it ironic ... don't you think

It's like rain on your wedding day
It's a free ride when you've already paid
It's the good advice that you just didn't take
Who would've thought ... it figures

Mr. Play It Safe was afraid to fly
He packed his suitcase and kissed his kids good-bye
He waited his whole damn life to take that flight
And as the plane crashed down he thought
'Well isn't this nice...'
And isn't it ironic ... don't you think ?

Well life has a funny way of sneaking up on you
When you think everything's okay and everything's going right
And life has a funny way of helping you out when
You think everything's gone wrong and everything blows up
In your face

It's a traffic jam when you're already late
It's a no-smoking sign on your cigarette break
It's like 10,000 spoons when all you need is a knife
It's meeting the man of my dreams
And then meeting his beautiful wife
And isn't it ironic... don't you think
A little too ironic... and yeah I really do think...

Life has a funny way of sneaking up on you
Life has a funny, funny way of helping you out
Helping you out
"

Ironic-------> Jagged Little Pill
Desejo a todos muitas e muitas ironias do destino. Isto porque estas nos fazem sentir que estamos no lugar onde deveriamos estar, mesmo apesar da ironia de já termos sido, de certa forma, avisados, e promovem uma sensação de pertencimento ao acaso que é a matemática incompreensível da natureza. Cheers!

domingo, 9 de maio de 2010

[Recomendo] O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus

O diretor Terry Gilliam fala da última atuação de Heath Ledger, que filmou Dr. Parnassus depois de ter feito o Coringa em Batman, o cavaleiro das Trevas



O diretor e artista plático Terry Gilliam, de 69 anos, considera-se a a ovelha negra do Monty Python, grupo de cômicos que fez sucesso nos anos 70 com um humor nonsense. “Sou o único americano”, diz a Época, por telefone, de Londres, onde ele mora desde 1969, ano em que estreou o programa Monty Python’s Flying Circus na BBC. No início, Gilliam montava as vinhetas surrealistas do programa. Logo passou a atuar e dirigir os melhores filmes do grupo, como “Monty Python e o Santo Graal (1975) e Vida de Brian (1979). Na carreira solo, ele dirigiu “Brasil” (1985), As aventuras do Barão de Munhchausen (1988) e enfrentou uma série de azares. Teve de parar as filmagens de The man who killed Don Quixote em 2001 e só conseguiu finalizar Dr. Parnassus gerenciando uma crise.

ÉPOCA Como surgiu a ideia da trama de Doutor Parnassus?
Terry Gilliam - A ideia não me ocorreu por inteiro. Ela foi surgindo de uma troca de ideias entre mim e meu parceiro de script Charles McKeown. Eu sempre quis criar um filme a partir de uma trupe de teatro ambulante – e as ideias surgiram num vaivém, a gente se comunicou por email e conversou muito até chegar a um roteiro. E novas ideias fluíram até a pós-produção.

ÉPOCA O senhor comparou as filmagens de Doutor Parnassus a um esforço de malabarismo e a atuação do elenco de livre. Como você equilibra controle e improvisação em seus filmes?
Gilliam - Se existe improvisação nos meus filmes, ela é cuidadosamente controlada. Há uma estrutura anterior que apoia o improviso. Os atores sugerem alterações, a produção procura adaptar o roteiro às locações. Eu não gosto de perder o pé das coisas. Eu sei o tempo todo o que está acontecendo, mesmo que muitas vezes pareça improviso. O equilíbrio, portanto, beneficia o controle sobre a liberdade, embora esta seja permitida! Apesar dos limites, é um método bastante lúdico de trabalhar.

ÉPOCA Doutor Parnassus contém uma critica à sociedade de consumo. Você acha o consumismo ruim?
Gilliam - Eu odeio o consumismo. Hoje as pessoas são levadas a ficar consumindo o tempo todo, pelas ruas, nos shopping centers ou na internet. Parece que é a único mundo possível para os seres humanos. No Ocidente estamos tão mergulhados nisso que nem nos damos mais conta. As pessoas já não vivem por si mesmas. Existem tantas coisas para consumir e tantas necessidades criadas, que elas vivem num permanente estado de excitação e dívida. Já não tempo para mais nada. Você precisa trabalhar dobrado para pagar suas contas porque têm que atualizar os computadores a cada três meses e fazer upgrades nos seus celulares. O resultado foi a crise econômica em que nos metemos, derivada do colapso do crédito. Para salvar o capitalismo, Gordon Brown [chanceler inglês] fez um discurso pela televisão para convocar as pessoas a voltar às ruas para fazer compras. Como se isso fosse a solução do universo. É no mínimo irresponsável. E voltamos ás ruas! E esse consumismo todo está impedindo as pessoas de ter uma vivência mais profunda em relação ao mundo. O mundo é bem mais interessante do que a imagem que faz dele a nossa sociedade hiperconsumista.

ÉPOCA - Atacar o consumismo tem sido uma obsessão sua pelo menos desde Brazil (1985), em que o personagem principal rompe com o sistema. Foi um filme visionário?
Gilliam - Ele fez uma previsão previsível... Já naquele tempo o mundo se anunciava burocrático e consumista. As coisas só fizeram piorar. Talvez agora seja mais difícil romper...
ÉPOCA - Na sua opinião ainda é possível salvar o capitalismo?
Gilliam - Gordon Brown e Obama estão se esforçando, e a humanidade costuma de tempos em tempos arranjar um jeito de recompor a ordem mundial de um jeito inédito. Talvez tenha chegado a hora de reconstrução do mundo, sob um novo ponto de vista, um novo modo de vida. Hora de dar uma parada para a reflexão. O capitalismo como está não será capaz de se sustentar. Não há recursos suficientes – naturais ou industriais – para continuar a satisfazer nossa fome de consumo. Uma catastrofe se anuncia, e precisamos nos mexer. Há muita gente se esforçando mundo afora para alterar a situação. Estou de acordo com o que Bono profetiza: “A pobreza é o futuro”. Vamos ter de viver de maneira mais modesta.
ÉPOCA - Você considera Doutor Parnassus a sua obra mais pessoal?
Gilliam - Não, porque tudo o que fiz até hoje é essencialmente pessoal. Sou um diretor-autor. O que procuro é produzir filmes criativos e inovadoras que possam sugerir uma expansão da mente e da criatividade das pessoas. Não conseguiria fazer outra coisa. De certa forma, Doutor Parnassus é o meu filme mais transparente. Ali está tudo o que penso sobre o cinema, sobre o mundo e a fantasia.

ÉPOCA - Por falar nisso, é verdade que você retomou o projeto de filmar Don Quixote?
Gilliam - Sim. Estamos voltando ao trabalho depois de sete anos. Retomei o roteiro e já o finalizei. Agora temos que buscar recursos.

ÉPOCA - É uma fase difícil, especialmente para um cineasta de arte, não?
Gilliam - Não, tudo faz parte do negócio. Não adianta pensar em fazer um longa-metragem sem passar pelo estágio da captação de recursos.

ÉPOCA - Por que o senhor escolheu o tema do teatro para filmar?
Gilliam - Eu amo o teatro, embora não vá tanto assistir a peças. Gosto mais do que frequento. O teatro sempre fez parte de meus filmes. Basta lembrar O Barão de Munchausen, que também tem como personagens atores de teatro mambembe. Os atores vivem um drama, porque eles lutam para serem vistos e ouvidos, eles querem atingir as pessoas, abrir os olhos do público para novas sensibilidades - e ninguém dá a mínima para eles. A trupe do Doutor Parnassus percorre Londres com suas peças mágicas e antigas, e só encontra pela frente um público brutalizado e burro. Mas não é só Londres. Vejo isso no mundo todo. É uma pena porque o teatro tem a capacidade de mudar a cabeça das pessoas, alterar profundamente a sensibilidade.
ÉPOCA - Você acha que o gosto pela grande arte decaiu neste século?
Gilliam - Sem dúvida. Já não existe a mesma sensibilidade do passado. As pessoas perderam o foco, já não se concentram como antes e o interesse pela arte é mais comercial do que essencial, vamos dizer assim. Hoje as galerias de arte querem alcançar os lances mais altos em leilões, e o conteúdo da arte ficou de lado. O cinema de arte também tem saído de cena... O padrão de gosto ficou mais cínico e superficial.
ÉPOCA - Por que em seus filmes a fantasia sempre subverte a realidade, e a coloca em segundo plano? Não é escapismo?
Gilliam - Claro que não. A fantasia é uma coisa fundamental na vida. Seria quase impraticável existir sem sonhar e imaginar, sem viver no mundo paralelo dos devaneios. A fantasia tem um papel decisivo em todos as atividades humanas. Os grandes saltos científicos surgem da imaginação e da fantasia. A ciência progride por meio de saltos poéticos. Atualmente os meios de comunicação, da televisão à internet, estão transformando a visão de mundo. Tenho um filho de 12 anos. Moramos no centro de Londres, a cem metros de uma rua de comércio, num ambiente seguro e protegido. O menino não consegue ir à rua porque só quer ficar vendo televisão e navegando na internet. Isso cria um falso contato com a realidade. E a realidade é bem mais interessante.

ÉPOCA - A internet não abriu uma janela para o mundo?
Gilliam - Sim, estamos mais conectados do que nunca e fluxo de informações é imenso. Poderia ser interessante, mas o que circula é fofoca, sexo e notícias a maior parte falsa. Leva muito tempo filtrar a boa informação, e ela existe aos montes, obviamente. Mas eu, para te dizer a verdade, odeio a internet. Odeio usar internet, odeio até mesmo usar email porque isso me tira o tempo que preciso para meus projetos e o que gosto de fazer. Se a gente não toma cuidado, a internet nos transforma em pontos de uma enorme rede. Eu não quero ser só ume ponto. Pefiro ser eu mesmo, offline. Sou um sujeito “green”, ecológico, que gosta do mundo real e da fantasia inteligente. (risos)
ÉPOCA - O que é computação gráfica e animação à mão em seu filme?
Gilliam - Eu quero que o espectador fique em dúvida sobre os efeitos visuais no filme. Usei os dois métodos, sem que nenhum deles seja um fetiche, apenas ferramentas de trabalho. Comecei minha carreira como animador, então me preocupo muito com o tema.
ÉPOCA - Você acha que é possível um casamento entre os dois métodos?
Gilliam - É o que tenho tentado. A computação gráfica não é um demônio a ser exorcizado, nem a animação à mão a panaceia universal. Toda técnica, digital ou tradicional, tem de ser usada em benefício de um aspecto que não deve jamais ser esquecido: a imaginação do artista. É ela que determina os instrumentos de trabalho, não o contrário.

ÉPOCA - Como foi lidar com a morte do ator Heath Ledger no meio das filmagens?
Gilliam - Foi um momento terrível, uma grande tragédia que se abateu sobre a equipe. Heath morreu durante uma pausa que deu em Nova York entre as filmagens de Londres e as que faríamos no Canadá. Pensei em parar tudo, porque Tony [o personagem interpretado por Ledger] era central na história. Tivemos então de reformular o roteiro. Faltavam sequências importantes, mas quase todas se passavam no lado de lá do espelho mágico do doutor Parnassus, no universo da fantasia, onde tudo é possível. Então Charles (McKeown) e eu chegamos à solução do impasse: resolvemos convidar os amigos de Heath para preencher suas atuações no mundo da fantasia. Jonnhy Depp, Jude Law e Colin Farrell se encaregaram do papel, oferecendo assim um rosto variado e mutante para Tony do lado de lá do espelho. Acho que o filme ganhou em poesia. Não imaginava que Heath nos deixasse tão jovem, e muito menos em um filme meu. Ele estava vivendo um momento especial, de descoberta de novas possibilidades de atuação. No começo do filme, ele estava vivendo o Coringa, de Batman, o cavaleiro das trevas. Este papel mexeu profundamente com ele, ele até se assustou com o que era capaz de fazer. Ao interpretar Tony, ele traduziu a experiência de Coringa numa explosão criativa que aconteceu com seu Tony em Doutor Parnassus. Ele inspirou o elenco e a equipe. Heath foi um ator extraordinário, cuja evolução jamais conheceremos.

ÉPOCA - Você, que já fez Brasil, conhece o Brasil?
Gilliam - Não, nunca viajei ao Brasil. Para mim o Brasil tem uma enorme importância simbólica. É o paraíso, é “Aquarela do Brasil”, a concretização da utopia. Quem sabe eu não filme uma sequência de Brasil, Brasil 2, in loco durante a Olimpíada de 2014? (risos)