domingo, 2 de agosto de 2009

Máximas Favoritas de Schopenhauer

Muitos vivem em demasia o passado (os levianos), outros vivem demais o futuro (os temorosos, apreensivos). Raramente haverá quem mantenha a justa medida. A tranquilidade do presente pode ser perturbada no máximo por males certos em si e cujo momento também é certo. Reconhecemos que o melhor que esse mundo pode nos oferecer é um presente suportável, tranquilo e sem dor. Se isso nos é concedido, saibamos apreciá-lo e cuidemos bem para não estragá-lo ansiando sem trégua alegrias imaginárias ou preocupando-nos temerosos com um futuro sempre incerto que, a a despeito de nossos esforços, depende totalmente do destino.



Aquele que mantém a calma diante de todas as adversidades da vida mostra simplesmente ter conhecimento de quão grandes e múltiplos são seus possíveis males, motivo pelo qual ele considera o mal presente parte muito pequena daquilo que lhe poderia advir. Para tal, basta refletir ponderadamente sobre alguma coisa antes de fazer e, uma vez realizada, não se angustiar com reflexões continuas a respeito de seus possíveis perigos. Em vez disso libertar-se completamente do assunto, manter fechada a gaveta que o contém, tranquilizando-se com a certeza de que tudo foi devidametne analisado a seu tempo. Se ainda assim o resultado é negativo, é porque todas as coisas estão submetidas ao acaso e ao equívoco.

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Não há nada mais inútil do que ficar quieto, falando o mínimo possível com os outros e muito consigo mesmo. No ato de falar, há algo de insinusnte e de brando que, como a embriaguez e o amor, extrai segredos. Ninguém conservará para si o que ouviu; ninguém revelará apenas o que ouviu. Quem não souber calar um fato, também não saberá calar o nome de quem o contou. Todo mundo tem um amigo a quem confiar o que lhe foi confiado. Sendo assim, mesmo se ele refrear a sua língua e contar a uma única pessoa, após certo tempo, o fato passará a ser domínio público e estará na boca de todos.