quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Bolinhas Amarelas

Ninguém dava valor ao seu esforço. Aprendia com facilidade o que lhe era ensinado. Não lhe faltavam lições, mas oportunidades. Fazer o que ele fazia exigia o que poucos têm, mesmo assim ninguém dava valor ao seu esforço.

Eram apenas bolinhas amarelas, mas elas dançavam com tal sincronismo que prendia a atenção de quem desavisadamente olhasse. Passeavam por detrás dos ombros, por debaixo das finas pernas, por cima da cabeça... Sempre sob o olhar concentrado do menino e maravilhado de sua platéia, agora formada por motoqueiros com pressa, motoristas impacientes e transeuntes distraídos.

Sua arte/trabalho/divertimento funciona como um momento de relaxamento para a tensão do trânsito das vidas que aguardam a cor verde. Sua remuneração, como bem sabemos, não é justa, no entanto o menino parece não se importar, não nesse momento. Ali, debaixo do sinal vermelho tudo que importa são as bolinhas amarelas.
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2009. Na eminência de uma nova década. Espero que esta seja realmente nova.
Um bom ano para todos nós!

Namastê,
Be Abreu.

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